quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Pilares da Idade Média

Os “Pilares da Terra” é uma obra em dois volumes (na edição portuguesa), de Ken Follett. Em aproximadamente mil páginas, o autor escreve em geral, sobre a Idade Média e em particular, sobre a Inglaterra do século XII. Assistimos à construção de edifícios românicos e ao aparecimento do gótico. A construção da catedral galvaniza os homens de diferentes formas e com diferentes objectivos. Também aqui a sua construção é o ponto fulcral desta obra. Através das personagens fictícias, representativas dos diferentes grupos sociais, ou até, de paragens longínquas como a Espanha muçulmana, os costumes, a mentalidade e a política são pormenorizadamente descritos. O leitor realiza uma viagem à cristandade medieval, onde não são esquecidas as relações económicas com o mundo judeu e as relações culturais e artísticas com o mundo muçulmano. As actividades sociais e económicas nos mosteiros, feiras, castelos, cidades e o papel que a floresta desempenha na vida medieval são fielmente descritas através dos conflitos pessoais, onde colidem e divergem as ambições, as relações pessoais públicas e privadas.
Jorge Figueiredo

Título da obra: Os Pilares da Terra (2 volumes)
Autor: Ken Follett
Editora: Editorial Presença

terça-feira, 2 de setembro de 2008

O Primeiro Homem de Roma

A obra de Colleen McCullough, “O Primeiro Homem de Roma”, editada pela DIFEL-Difusão Editorial, divide-se em sete volumes, até ao momento. A história de Roma é o principal motivo desta extensa obra. A glória e o infortúnio desta cidade estão interligadas às acções e destinos dos homens e mulheres que viveram sob a sua alçada. A autora tece uma história que percorre dois séculos fundindo o romance e a História, numa narrativa coerente e arrebatadora, onde a descrição pormenorizada e fundamentada da civilização romana ganha uma dimensão real, através das personagens históricas e literárias. O leitor é transportado para Roma, onde fica a conhecer a criação de um sistema político, a República que leva esta cidade-estado do Lácio a ascender a centro de um vasto império, espalhado ao longo do Mediterrâneo. Mas as cidades e as instituições são o produto e a imagem dos homens que as criam. Por isso, no primeiro volume, “O Amor e o Poder”, Colleen conta-nos a ascensão do general Mário e da cidade de Roma enquanto potência regional a Império. Assim como, as tramas políticas, as ambições pessoais e familiares dos romanos que tudo faziam para a grandeza de Roma. Os volumes seguintes, “A Coroa de Erva” e “Os Favoritos da Fortuna” contam o desenrolar das lutas entre homens e famílias rivais, Sila ou Pompeu que levam este conflito para os campos de batalha ou para os meandros políticos dos Fóruns e do Senado romano. Enquanto, os generais construíam o império ao comando das legiões de Roma, homens como Cícero, através da arte da oratória, inflamavam partidários e adversários, em nome do Povo e do Senado de Roma (SPQR).
Júlio César, combinando a arte militar à política, surgiu como uma estrela no firmamento, anunciando uma mudança nos limites do império e do sistema político. A obra de César e a sua vida privada continua relatada nos volumes “As mulheres de César” e “César”, a consolidação da República e do seu Império. Na obra “O Cavalo de Outubro” César torna-se numa estrela cadente, passando a lenda e rapidamente divinizado por um povo que o idolatrava. No Oriente, César era um deus vivo e no Ocidente, sob os golpes dos seus inimigos ascende à categoria de deus imortal. Gaio Octávio, o protegido de Júlio, entra na arena política, ao lado de Marco António, que se julgava herdeiro de César, por direito. Contudo, estes dois homens entrariam em rota de colisão. Pelo poder e por Roma, os exércitos romanos rivais lutariam mais uma vez. Mas, apesar das evidentes atrocidades e das disputas políticas, a vida dos homens é trespassada por outras forças, como o amor que surgiria entre o lugar-tenente de César e a sua amante, a rainha de Alexandria e Faraó do Egipto. McCullough que tinha anunciado o fim da saga, não resistiu a escrever “António e Cleópatra”, onde o amor entre estes dois poderosos nasce na maior adversidade. As ambições políticas de ambos são no fim destruídas por Octávio, que também encerrará um capítulo na história de Roma: o fim da República e o início do Império.
Jorge Figueiredo
Título da obra: O Primeiro Homem de Roma (7 volumes)
Autor: Colleen McCullogh
Editora: Difel